domingo, 31 de maio de 2009

gente e pétalas

A flor que carregava tinha um texto de metal. Escrito, moldado, amalgamado. Quando a flor caiu, sentiu que seus olhos se fechavam. A felicidade de derrubar a flor e de se vestir com carinho de seus restos mortos se expandia e manifestava por todo o seu corpo. Era jovem. Tinha os olhos da cor daquelas pétalas. O texto jamais foi lido depois do acontecido. O jovem sonhava em apaixonada redenção.

Voltou ao lar. Voltava como quem caminha em direção à cadeira elétrica e, ao mesmo tempo, para o palco de uma cerimônia de homenagem. Seus sentidos se tornaram mais aguçados, repentinamente. Caiu em um sono que durou três anos.

Despertou na névoa de uma manhã fria. Já não tinha mais sentidos, não tinha mais olhar. Não precisava comer ou dormir. Os acontecimentos ao seu redor eram reconhecidos por ele através de um sétimo sentido, uma nova percepção. O abandono de seu texto de metal o tornara livre das conseqüências dos antigos modos de percepção mundanos. Seus sentimentos se tornaram finalmente sólidos.



Olho na janela e sinto aquele frio que é que nem chili. Dói mas dá barato.
Dr. Phil explica...

Um comentário:

  1. Peeeedro!
    Desde quando tens e "atualiza" esse blog? Por que não disse antes? Lindo o texto!
    E já tem uma leitora. Agora trate de escrever.
    E muuuito obrigada pelo comentário lá no meu.

    E eu já morro de saudades. =(

    Beijo e até daqui a pouco!

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