sábado, 30 de maio de 2009

só say "adiante"

Olho por olho, disse o homem idoso, e dente por dente. O que será que ele queria dizer com isso, perguntou-se o jovem deitado na cama fria feita de metal e dolorosamente sem travesseiro. Com um gesto lento porém claramente matemático, o homem idoso, em toda a sua capacidade de ser idoso, apertou aquele botãozinho que, se houvessem cores, seria certamente vermelho.

Fechou os olhos por um segundo. Não o homem idoso, o jovem. Lembrou-se involuntariamente de alguma cena que vislumbrara em algum cinema underground alguns anos antes do acontecido. Ficou com aquela imagem na cabeça por alguns instantes. Não se lembrava sequer do nome do filme. No fim da transissão, saiu da sala e foi para o jardim. Pensou mais algum tempo sobre qual fora o significado daquilo. E depois pensou alguma outra coisa inútil.

[30/08/2006]

"Ora, papai, não viva no passado! Esse é o século XIV!"

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